Quando é chegado o Tempo Intransponível, que descerra sobre o mundo o seu Anel “não passarás”, todos os Signos das Idades são precipitados sobre a Terra, e os antigos Sendeiros confluem todos n’Um Só.
Então, uma Arca é pedida para realizar a Travessia da Aurora -uma Arca de Luz, a serviço da preservação da Vida e da renovação do Mundo.

Uma tripulação de Iniciados é chamada e uma semente da Humanidade é convocada para ingressar na Arca. No seu bojo, velam pelo “Pramantha a Luzir” nos horizontes da Terra, a nova Matesis da raça nascente.
A gestação do Futuro terá assim lugar.


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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Os Planaltos na Evolução da Cultura


Ao lado: o Potala tibetano como "colina primordial"

Vivemos num mundo em grandes transformações, e seria muito importante relembrar condições semelhantes que o nosso planeta tem já atravessado no passado. Talvez a História não registre mais objetivamente estas situações, em parte pela sua sutileza, em parte pela antiguidade. As catástrofes naturais que assolaram as culturas primitivas, podem muitas vezes quase passar por fenômenos naturais -os desertos, por exemplo, são muitas vezes marcas da ostensiva ocupação humana que se confundem com as alterações climáticas do planeta. Contudo, se adentramos no território da lenda e do mito –assim como da profecia-, já encontramos farto material para a nossa reflexão. O mito está para a Antiguidade, assim como a História está para o homem moderno. A mitologia é o repositório memorial das sociedades antigas, apoiada pelas Artes tradicionais: arquitetura, escultura, religião, etc.
O mito da submersão da Atlântida, que conflui com a difusa “tradição” do Dilúvio universal, possui reflexos científicos nas glaciações, porém os registros insistem que haviam elementos culturais paralelos, tal como a poderosa magia atlante que, conluiada com os poderes militares, trouxeram um caos completo para aquela antiga civilização. Nisto, também teria havido grandes guerras entre os reformadores e os conservadores da religião e da magia.
Aquilo que de mais seguro temos a respeito da Atlântida é o mundo pré-colombiano, cujas realidades ainda estão saindo dificultosamente do solo onde foram sepultadas. Neste contexto, alguns Centros se destacam como ápices destas grandes Civilizações. Cabe mencionar então Tiwanaku no altiplano boliviano e Teotihuakan no Anahuac ou o planalto central do México. Com uma cultura mais preservada e uma escrita melhor desenvolvida, os mexicanos legaram muitas informações sobre o seu passado. Além da grandeza desta “cidade dos deuses” (ou Teotihuakan), teceram-se formosas lendas a respeito do seu papel histórico. Pouco se sabe na prática sobre este povo, apesar da grandiosa cidadela legar muitas informações que, de resto, caem amiúde na ignorância geral quanto ao seu significado.

TEOTIHUAKAN: Planalto Central mexicano

Uma famosa lenda local, fala que o “Quinto Mundo” teve início nesta cidade através da reunião dos deuses que ali se congregaram para deliberar sobre as Novas Coisas. Mais que um episódio isolado, tal coisa soa a um paradigma. O sábio francês S. R. de La Ferrière afirmou que Agartha é, entre outras coisas, uma Assembléia de Altos Iniciados, numa Pactuação cultural de significado transcendente para uma região, de início, e com o tempo para todo o planeta.

TIWANAKU no altiplano andino (no Portal, o Ícone do “Frade” -ver adiante)

O simbolismo antigo aponta nesta direção. Na mitologia egípcia havia uma cultuada lenda sobre a ‘Colina Primordial’, habitada pelos iniciados ou pelos deuses ao modo do Olimpo. “A Colina sagrada representa daí a própria organização original do mundo, saído do Caos da indiferenciação, que é a cultura-de-massa inerte e involutiva.” Pois o dilúvio é também a cultura-de-massa que grassa nas planícies. Somente quando a Nave do conhecimento alcança o Ararat, é que um novo momento pode surgir para a Terra. Então se realiza uma nova aliança entre Deus e a humanidade, tendo como elo a Hierarquia simbolizada pelo arco-íris. Este é o grande ensinamento da Alta Cultura Planaltina e o objeto da presente matéria.

BRASÍLIA: Planalto Central brasileiro

Simbolismo geográfico

Egito, México, Andes, Himalayas, Grécia, Brasil... Existe uma tradição mundial que valoriza os planaltos como ambientes da cultura superior, isto é, do espírito-de-síntese que busca reunir as instituições. Em si mesmos os planaltos simbolizam uma condição central, um caminho-do-meio entre o céu e a terra, ou entre o materialismo e o ascetismo, como de fato tende a suceder nestes ambientes.
Os planaltos também se relacionam aos interiores. Por muitas razões, a cultura litorânea-e-de-planície tende ao materialismo, e a cultura interior-e-de-altitude tende à espiritualidade. Neste contexto, os planaltos representam o meio-termo. Tendo as suas naturais dificuldades, os Planaltos selecionam as almas e atraem comumente aquelas pessoas que têm valores, que saem na busca de algo novo para si e para todos. Os Planaltos não são tanto um destino, mas uma Escolha consciente.
Na simbologia tradicional, as montanhas representam o ambiente da divindade, por isto elas são a morada de Shiva (Deus-Pai dos cristãos), o deus dos ascetas, sendo também uma fonte original de conhecimento e de revelação. No outro extremo, as planícies são o meio humano por excelência, ali onde grassa o materialismo, muito embora a Humanidade e a Civilização também possam e devam ser organizada em termos evolutivos, tarefa esta atribuída a Brahma (o Deus-Espírito Santo dos cristãos), o deus da Criação. Para isto ser possível, existe a meio-termo a Hierarquia, a “Loja Branca” dos Mestres, cujo ambiente ideal são os planaltos, ali onde são revelados os Cânones da cultura superior, e a revelação do Amor divino, que é a tarefa de Vishnu (o Deus-Filho dos cristãos). Por isto, no Esoterismo trabalhamos com três Centros com os seus respectivos pólos geográficos:

1. Shambala ou a Divindade, o Centro donde a Vontade de Deus é conhecida;
2. Agartha ou a Hierarquia, o Centro onde o Amor de Deus é conhecido;
3. Duat ou a Humanidade, o Centro onde o Conhecimento de Deus é conhecido.

Entre estes Centros podem chegar a existir verdadeiros eóns de distância em termos de evolução, mas aquele que é mais avançado sempre ilumina os caminhos daquele que vem depois.
A Hierarquia formula instituições superiores e faz uma ponte entre o céu e a terra, pois a verdadeira Civilização é a arte de organizar o mundo de modo a se manifestar o amor entre os homens, o respeito à Natureza e a devoção a Deus mesmo. A Hierarquia é detentora regular de Ciências iluminadas de harmonização cósmica, as chamadas “Ciência do Destino” que auxiliam com que cada reino alcance a sua superior destinação na economia da evolução.
Desde modo, no entorno da Hierarquia se organiza uma raça-raiz, que é uma humanidade voltada para os valores da Alma. A grande característica da Idade de Ouro é a associação íntima entre a Divindade e a Humanidade através do elo da Hierarquia. Ali os mestres inspiram o povo e os profetas norteiam os governantes. Com isto, e apenas assim, a humanidade alcança dobrar os graves desafios das curvas da História. Tal coisa não representa “abrir mão” do livre-arbítrio, mas sim reaprender a realizar as opções corretas, que é o único caminho de salvação para a Humanidade. Mas para isto ser possível, ela necessita poder contar com paradigmas, que é o tema a seguir

Uma Nova Criação

Podemos dizer que a idéia da recriação periódica do mundo, na ocasião da Fundação das raças-raízes, se concentra na idéia do novo Modelo Antropológico a ser implantado ali. Como um reino mais avançado, a Hierarquia sabe perfeitamente aquilo que deve ser realizado no plano humano, possibilitando ao ser humano olhar para si e para além de si mesmo. Esta perspectiva maior determina assim um Caminho para a humanidade, na medida em que também lhe interpõe uma Meta a ser alcançada.
Ora, a Hierarquia é aquele Centro histórico sempre mais ou menos associado à Humanidade, que teve início lá atrás quando os primeiros xamãs começaram acidentalmente a grande Aventura do conhecimento interior, levando a humanidade a explorar novas dimensões do Cosmos. Desde então, a Hierarquia tem representado a revelação de novas possibilidades evolutivas para a Terra, e de forma cada vez mais organizada, abrindo caminhos para a evolução cultural humana através de um fértil e iluminador convívio.
Assim, em cada nova raça-raiz, a Hierarquia apresenta uma grande Novidade cultural ao planeta, a partir do avanço das suas próprias iniciações. Foi isto que propiciou a organização da religião superior na raça atlante, alterando radicalmente o antigo quadro xamanista e aproximando os Centros planetários; depois trouxe um conceito superior de civilização através das sínteses de alta intelectualidade árya; e agora também trará a organização de uma sociedade planetária tendo em vista a sua cosmificação.* Desta forma, a cultura mundial vai avançando a passos largos, tendo porém como chave-de-segurança o reconhecimento de que estes avançados Padrões apenas podem ser corretamente conduzidos sob a própria orientação hierárquica.
Para promover tudo isto, a Hierarquia se vale das Artes, das Ciências, das Filosofias e das Instituições –muito embora a Loja dos Mestres não se imiscua pessoalmente na administração destas coisas, limitando-se à orientação e a ensino. Cabe ao próprio homem acatar ou não estas propostas de progresso e de iluminação, tendo a Loja como uma fonte de inspiração e de informação permanente. Contudo, para tal coisa chegar a acontecer, cabe ao próprio povo e especialmente aos “formadores de opinião” promover esta redentora integração, de resto tradicional e essencial em termos históricos, sempre que consideramos os momentos elevados da cultura universal, quando acontece a conjunção entre os Filósofos-de-Estado e os Governantes Sábios, aproximando-se ao modelo ideal de “República” apregoado por Platão. Naturalmente, esta é a única e a melhor forma de sair de crises culturais e de renovar todas as coisas. E no caso das grandes nações surge mesmo como um imperativo, seja como forma de resolver as suas complexidades, seja para levar a cabo a Missão que um grande país inevitavelmente está destinado a cumprir ante o mundo e em seu favor. Tem sido demonstrado que o Brasil é um país que vem se organizando aos moldes de uma raça-raiz, face às sínteses que se realizam em seu meio, assim como pela própria evolução sócio-regional que vem apresentando (ver Os Cronocratores e a Construção da História, Luís A. W. Salvi, Ed. Agartha, 2008, AP).
O Modelo “humano” em vista é então apresentado, com os símbolos devidos às condições almejadas. Estes Ícones sagrados ornam então os locais de culto, como uma lembrança permanente daquilo a que se deve chegar a ser: quer dizer: tornar-se homens verdadeiros hoje, para tornar-se mestres imortais amanhã.
Uma das formas de se referir a isto é como “Harmonizador Planetário”, quer dizer, o dom de harmonizar os Centros constituindo uma cultura-de-síntese. Tratam-se daqueles Altos Servidores conhecidos como Apóstolos, uma Elite que forma o próprio Corpo da Hierarquia, ao passo que esta é encabeçada pelo Ketub (Pólo) de sua geração na posição da Unificação Vicária (ver Harmonização Planetária – As Revelações do Livro de Pedra, Luís A. W. Salvi, Ed. Agartha, AP, 2009, AP). Assim, para a Tradição de Sabedoria, mais importante do que oferecer deuses para adorar, é revelar ícones para cada homem poder se espelhar. Abaixo temos alguns exemplos destas realidades.
Estes ícones -ou antes, Aquilo que eles representam- são pilares de fixação das novas energias, pivôs de ancoramento e de unificação cósmica, unindo céu e terra, daí serem chamados “Harmonizadores Planetários”.

Andes, México, Egito, Tibet e Brasil: a forja iconográfica do Devir

O novo “Ícone Racial” já se acha atualmente instalado na mística cidade de Alto Paraíso de Goiás, no Planalto Central brasileiro, como um elemento norteador para a humanidade na preparação da grande “virada” de 2012, data que os antigos mexicanos determinaram como o final do “Quinto Mundo” aberto em Teotihuakan, através da citada reunião agarthina de Iniciados, sendo então este o começo do “Sexto Mundo”, quando “os deuses voltarão a andar entre os homens” segundo as palavras das antigas profecias nahuas (ver a nossa obra "2012 o Despertar da Terra", Ed. Agartha, 2009, AP)
Corresponde naturalmente à Sexta raça-raiz dos teósofos, na qual emerge a gloriosa Dinastia dos Chohans, os mestres cósmicos, sendo também a Quarta Raça humana de evolução, a se desenvolver nas Américas e tendo como pauta particular os “Mistérios do Coração” –quer dizer, a mesma sabedoria atlante de Amor-e-Ressurreição (Eros & Tanathos) que, antes, se destinava às elites, e agora se difundirá para toda a humanidade através desta nova raça-raiz, trazendo para plano coletivo as Altas Conquistas da Iluminação e das Almas-Gêmeas.
Estes são os portais dimensionais a que se destina a ingressar os Centros doravante:

a. Shambala ................... Quinta dimensão cósmica
b. Hierarquia ................. Quarta dimensão solar
b1. Apóstolos ................. Quinta dimensão solar
c. Raça-raiz ................... Quarta dimensão solar

Tal coisa representará a consumação do ciclo humano de evolução e trará para a Terra um novo momento cósmico, transformando finalmente este mundo num Planeta Sagrado. Nas esferas maiores, a preparação da chegada Quinta Ronda de evolução responsável pela Merkabah ou a Ascensão planetária, será capitaneada pelo Quinto Buda, que é o já aguardado Maitreya.

Da obra “ 2013 - A Cidade Portal", Luís A. W. Salvi, Ed. Agartha, 2007, AP)

Aquilon e Oritzia


Áquilon é o cavalo alado “andrógino” que se volta vitorioso para as estrelas. “Representando o resgate e a libertação final do próprio homem desde os planos inferiores do seu ser.”
O Projeto-Áquilon se desenvolveu ao lado do Harmonizador Planetário, como uma espécie de complemento natural, tendo a princípio um trajeto de arauto de certas revelações a serem ainda realizadas.
Produzida totalmente em fibra de carbono, numa tecnologia avançada, Áquilon é a primeira escultura de cavalo em tamanho natural que se equilibra numa só pata -apresentando uma notável sugestão de movimento e de ascensão-, pese as suas consideráveis dimensões: 8 metros, com as 12 asas que somam sozinhas seis metros.
Áquilon se inspira no mito do cavalo sagrado, como o cavalo alado Al-Burrak que carregou Maomé para visitar os sete céus. Ou o pégaso grego de Belerofonte, aqui transformado, pois Áquilon carrega nas suas ancas um misterioso símbolo alquímico chinês. Assim como se inspira na nobre lenda do unicórnio, que é um símbolo crístico, além de tangenciar as profecias que amiúde tratam do avatar chegando num cavalo branco.
Nisto, é preciso tratar do mito tibetano do cavalo-de-vento Lung-Ta, o portador da jóia Chinta-Mani. Esta palavra composta alude à “jóia da mente”, sendo o cavalo o símbolo do próprio iniciado que carrega esta jóia de sabedoria e luz viva. A jóia é a Mônada divina, cujas sublimes emanações alcançam até o plano mental, especialmente na vida do meditante, outorgando conhecimentos e inspiração, permitindo entrever as glórias dos mundos superiores.
Ora, a Jóia é também um símbolo do Adepto, o portador da Pedra Filosofial, da Pedra-de-toque que transforma tudo em ouro. Para este iniciado, não existe nada banal ou casual, tudo o que há se acha sob um plano de harmonias cósmicas insuspeitas, e que ele é capaz de descerrar a olhos vistos. Ele que é a Pedra-em-ponta polida, o cristal translúcido gerado do carvão negro sujeito à evolução.
A esta altura, o leitor já terá suspeitado de que “jóia” se está falando. Sim, da maior jóia lapidada do mundo, o próprio Harmonizador Planetário.
Áquilon, “figura sem tempo de uma nova mitologia sobre cavalo alado”, é o próprio arauto do Harmonizador Planetário -que é o verdadeiro tema deste livro-, o seu veículo sagrado e também o seu símbolo alado. Pois suas asas vibram idealmente sem parar no espaço-tempo da reintegração humana.
O Harmonizador representa um Adepto de quintessência, um alquimista consumado em todas as suas artes mágicas. O cavalo sinaliza, com suas quatro patas e ferraduras de ouro, aquelas iniciações prévias. O quadro reproduz de certo modo o símbolo da Grande Pirâmide, de início coroada por uma cúpula-de-ouro.
Contudo, inversamente também podemos tratar a situação. Em sua irresistível sina ascensional, resolutamente voltado para o alto, Áquilon surge como uma potência cósmica cercada de glórias prometidas. Áquilon é todo movimento, determinação, se elevando com a força de um corcel selvagem.
Os seis pares de asas de Áquilon desafiam os próprios Serafins. E parece fazer alusão às esferas mais elevadas, aos ventos ascensionais da iluminação cósmica, assim como às doze hélices (ou “fitas”) do DNA que ao se completarem tornam o homem divino.
Áquilon também tem uma parceira chamada Oritzia, e num próximo livro a ser publicado por Frioli, ambos vivem grandes aventuras nas areia dos desertos, nos céus e em outros locais. Áquilon carrega a Oritzia no seu íntimo, sob a forma de acordes musicais, como musa, alma-gêmea e estrela-guia para as suas mais altas realizações. A única que pode, enfim, lhe abrir as portas do céu e fazendo-o realmente “voar”. Em nome disto ele é capaz de romper o tecido do tempo, em nome do amor eterno, na busca de seu complemento perfeito.
O artíficie, tendo conhecimento matemático e geométrico das leis de equilíbrio e harmonia, cria tridimensionalmente rebuscados esquemas volumétricos na estrutura interna do cavalo alado, em ritmo com as medidas do segmento áureo, provocando em quem contempla esta obra filosófica uma sensação de beleza e de flutuação, mas também de profundo mistério.
Das harmonias dos traçados ocultos que compõe as suas geometrias, nascidas da presença misteriosa de Oritzia dentro dele, resultou o cd Áquilon, organizado por Corciolli contando com a participação de Djalma Correa, Maria Bragança e outros músicos “consagrados”.
Como arautos de Maitreya, esperam-se de Áquilon e do Harmonizador Planetário grandes, futuras revelações.


Da obra "Harmonização Planetária", LAWS, Capítulo 15, Editorial Agartha. Texto ampliado para a presente edição.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Os Harmonizadores Planetários


Os Harmonizadores Planetários são, como iniciados, acima de tudo uma categoria espiritual que existe no mundo, situada a meio-caminho entre a Humanidade e a Hierarquia, formando uma elite natural de aspirantes à Perfeição. São também chamados de Magos Planetários, em função da transformações que operam nas energias mundiais, criando pontes entre elas, geralmente de expressão artística e natureza espiritual.
Embora o tema nunca tenha recebido muita projeção formal ou categorização -à parte serem designados de “Apóstolos” ou “Rishis”-, a sua existência é lógica e natural, sendo especialmente reconhecida nas ordens religiosas e nas organizações iniciáticas.
Na verdade, a questão se integra na própria organização e manifestação da Loja Branca, tal como na sua moderna versão que conflui com o relato dos Arcontes de Platão ou os “Divinos Pastores” que cuidam dos Sete Continentes. Adiante veremos outras acepções deste mito sagrado.
Sabemos então que a Humanidade e a Hierarquia formam polaridades quantitivas e qualitativas, e que entre estas duas categorias existem dois graus de evolução, em função das chamadas duas “Raças ocultas” originais em que a humanidade não evoluiu de fato por não haver ainda uma integração entre os reinos, coisa que somente ocorreu com a chegada de Shambala na Terceira Raça-raiz, na Lemúria. Desde aí é que se contam as humanidades “reais”.
Neste caso, a Humanidade histórica é constituída sempre por muitas pessoas, mesmo entre aquelas evoluídas, as quais correspondem aos mais aptos para servirem de veículo ao Deus-Espírito Santo; ao passo que a Hierarquia está representada por um único e exaltado Cidadão Planetário, fazendo o papel de axis mundi universal e representando nisto à unicidade de Deus-Pai em sua única manifestação mundial. Havendo daí, um “reino” intermédio ou de transição (já que há dois graus entre a Hierarquia e a Humanidade), na forma de uma dada elite espiritual, relacionada então à manifestação cíclica do Deus-Filho.
Ora, um Adepto único não emerge de outra forma que não dentre um grupo de aspirantes a esta luz maior, os quais têm já superado a condição humana corrente, sendo que a um deles é dado realizar esforços especiais -até por questões de Tempo & Espaço-, sendo assim especialmente orientado para conquistar o Graal.
Assim, permanece esta categoria intermediária entre a Humanidade e a Hierarquia, parcialmente humana e parcialmente hierárquica, e que talvez pudesse ser representada na forma de um Centauro, o qual na mitologia grega corresponde quase sempre a sábios e instrutores. Citemos então a nossa obra Antropologia Geral - Sentido & Historicidade do Multiculturalismo (Ed. Agartha, AP, 2008), onde pela primeira vez se trata “tecnicamente” do tema:
“(...) a esfera intermediária (‘elite’) naturalmente combina as duas condições (Humanidade e Hierarquia), caracterizada por uma intensa atividade discipular, criação de ordens e hierarquias, e após isto (orientação de) lideranças, governos e Estados. São aqueles que (denominados em Teosofia ‘os Servidores do mundo’ e) trabalham a serviço direto da hierarquia, para que a luz divina chegue à humanidade, buscando a um só tempo servir de canal para a Verdade, e organizando o mundo para ser também o seu veículo. É o papel de Mercúrio, de unir céu e terra, associado variavelmente aos graus 3°, 4° e 5°.” (pg 180).
Podemos representar então esta função através do Arcano Maior I do Tarô, chamado “O Mago”, acima, em sua função de unir o superior ao inferior mediante operações mágicas com os elementos da Natureza, cuja forma geral reproduz também (em alguns Tarôs mais do que em outros) o traçado da primeira letra do alfabeto cabalístico hebraico, o Aleph, também acima.
O Aleph comporta quatro Iods (letra-semente de valor 10) em movimento, formando uma cruz em X, como na tau antiga.
Algumas classificações têm sido historicamente dadas destas hierarquias intermédias, atuantes geralmente como auxiliares da Hierarquia. Na Índa se falava das manifestações coletivas dos rishis na época do Manu ou do Buda, como realmente se verificou acontecer em muitas partes do mundo, e na verdade não somente na Eurásia, porque a própria cultura pré-colombiana (especialmente a do México mesmo) foi fecundada ali -no caso, a partir de influências e interferências da tradição chinesa, como demonstram as similitudes artíticas e míticas, além dos relatos lendários.
Na época de Jesus se compôs um grupo especial de Apóstolos, que não casualmente eram em número de doze, para simbolizar a natureza do ciclo em questão (de natureza astrológica) e ainda caracterizar a totalidade da expressão humana -e tudo isto conflui com o símbolo citado do dodecaedro. Antes disto, o Buda teve os seus discípulos mais próximos, e depois durante a Idade Média se criou a lenda de Camelot, onde os cavaleiros de escol do Rei Arthur sentavam-se em torno da Távola Redonda.
Hoje em dia, neste contexto de preparação da Nova Era, se fala também dos (Novos) Servidores do Mundo, aquelas pessoas especialmente atentas aos passos da evolução, que recebem cedo o Chamado em suas vidas e as consagram na busca e na construção do Amanhã.
Contudo, a suposta delegação universal de Arcontes nos postos máximos de Unificação Vicária (como aparece na formulação teosófica da hierarquia planetária, por exemplo), seja ou não simultânea, é coisa sempre problemática -ao menos em termos de manifestação terrena, porque de outro lado, estes Asekhas podem ter conexões com uma Hierarquia Chohânica atuando nos planos internos.
Por isto atribuímos esta tarefa na verdade aos próprios Harmonizadores Planetários, esta hierarquia média pós-humana, e que hoje estará representada pelos mesmos Asekhas, porém mais “proliferados” pelo mundo. Tal hierarquia se distribui realmente em todo o mundo -embora com destaque para os grandes centros culturais-, daí o símbolo da Távola Redonda. Uma das razões para a ascensão do Adepto Universal ou Vicariato, é a sua colocação espaço-temporal especial, assinalando assim o axis mundi de uma época. Naturalmente, tudo isto resulta formalmente de um pacto sócio-cultural amplo, a partir da revelação e da assimilação dos novos focos evolutivos.
O símbolo geométrico desta condição poderia ser, naturalmente, uma vez mais a pirâmide (como Missão) ou o próprio dodecaedro (como Ordem). Contudo, mais acima a associamos ao símbolo totêmico do Centauro. E agora, como símbolo geométrico desta categoria, iremos também eleger um símbolo composto, bastante tradicional das Escolas Iniciáticas e na Tradição de Sabedoria, que é o da Pedra-em-Ponta maçônica ou mesmo o prestigioso Obelisco egípcio, onde se reúne agora pirâmide e cubo.


Sabe-se então que os obeliscos eram colocados diante dos templos aos pares (como um portal prévio ou quais guardiães), pois a dualidade rege de certa forma esta condição de transição. Simbolizando daí aquilo que existe entre -outra dualidade- o mundo profano e o mundo sagrado, ou entre a própria Humanidade e a Hierarquia.
Quanto ao símbolo maçônico, representa o polimento acabado da personalidade humana, tida como uma pedra bruta e natural, destinada a se tornar porém como uma verdadeira jóia, sob a influência do divino Lapidador em suas várias formas de expressão: interna (o Eu superior), hierárquica (o Mestre) e divina (o Avatar).
Não casualmente, o símbolo se assemelha à forma de uma casa (calli em nahua, bet em hebreu). A casa ou templo representa esta etapa de preparação interior, para se ter acesso oportunamente ao sanctum sanctorum.
Os Harmonizadores Planetarios recebem este título porque intermediam a evolução humana e a evolução hierárquica, fazendo assim uma ponte entre o céu e a terra -sendo nisto um verdadeiro pontifex ou pontífice.
Tradicionalmente, o próprio Vicário Universal é considerado o Pontifex Maximus. Nesta posição, o Asekha (mestre de quinto grau) harmonizava as realidades humanas entre si, em termos de cultura, classe, raça e religião, gerando interação entre elas.
Hoje em dia, porém, quando se começam a multiplicar sob a égide da evolução hierárquica (com alguns deles também ascendendo), se acrescenta uma nova tarefa, que é a de intermediar entre a humanidade e as altas Determinações cósmicas dos Novos Adeptos, que são os Chohans.
Cabe então demonstrar a evolução destes Harmonizadores mundiais através dos tempo, e para isto reproduzimos um quadro existente em Antropologia Geral - Sentido & Historicidade do Multiculturalismo (pg. 177):

Quadro Estrutural das Raças-raízes & Ashrams
Raças-Raízes ....... Mínima .... Média .... Máxima
............................ Humanidade Comum Hierarquia
3° Raça (Lemuriana) 1° grau 2° grau 3° grau
4° Raça (Atlante) 2° grau 3° grau 4° grau
5° Raça (Ariana) 3° grau 4° grau 5° grau
6° Raça (Americana) 4° grau 5° grau 6° grau

Assim, percebe-se a evolução paralela dos Harmonizadores na coluna central. Na citação anterior coloca-se, porém, acerca do “papel de Mercúrio, de unir céu e terra, associado variavelmente aos graus 3°, 4° e 5°.” Na coluna acima inclui-se também o segundo grau, mas cabe notar que a Hierarquia ainda não estava propriamente manifestada (coisa que somente aconteceu na Atlântida, que por ser espiritualmente quaternária pode manifestar uma Hierarquia representativa deste ciclo cósmico), de modo que as interações com a humanidade estavam imperfeitas ainda, não obstante em relação aos próprios Harmonizadores elas andarem então mais avançadas.*
Percebe-se também que, se houvesse uma sétima raça-raiz, o deslocamento do Asekha (5o grau) alcançaria a própria Humanidade. Isto não irá, contudo, acontecer nestes termos, porque neste momento a ronda seguinte já estará em curso (na verdade, iniciando já em meados desta sexta raça), incorporando toda uma situação cósmica na qual esta condição será Fundadora. O Asekado será a meta universal do mundo espiritual futuro, tal como o Arhatado (4a Iniciação) é a meta universal do presente mundo humano de evolução.
Considerando as humanidades como uma expressão de quatro estruturas chamadas raça, cultura, classe e religião, existe na organização das raças-raízes uma estrutura atávica, uma estrutura atual e uma estrutura emergente. Os Harmonizadores Planetários atuam sempre diretamente sobre a questão atual.
Contudo, cada novo Harmonizador acumula as conquistas anteriores, forjando esquemas-de-síntese para trabalhar com o conjunto das energias disponíveis, realizando verdadeiros inventários simbólicos do universo formado.

A excelsa realidade dos Harmonizadores Planetários, comporta, finalizando, a chave para explicar a razão de porque uma condição que por muito tempo era única e exclusiva, a partir de certo momento se torna múltipla e recorrente, embora não exatamente massiva ou humana. Tudo isto explicaria melhor o mistério dos rishis, os quais se podem considerar como a colheita dos Adeptos de todo um curso histórico racial, e que retornam daí no seu último momento de transição para tomarem uma nova iniciação e seguir doravante nesta condição, neste ou em outros mundos, já que as estruturas evolutivas de um planeta comporta os seus limites e, além disto, nem é necessário a retenção de todos os iniciados num planeta para tratar da sua evolução.
A chegada do Avatar corresponde ao grande momentum em que este grupo de exaltados Adeptos pode dar um salto além, em qualquer dos Sendeiros que se possa porventura eleger para dar prosseguimento à sua evolução. Esta clássica visão esotérica, apresentada pelo Tibetano nos ensinamentos da Escola Arcana de Alice A. Bailey, trás uma explicação da multiplicidade de exaltados expoentes da Sabedoria universal nas épocas avatáricas. Por isto, desde os dias do Antigo Egito, uma das orações mais sublimes existente no “Livro dos Mortos”, reza que os “mortos” (palavra expressiva que, para os atlantes, significava os iniciados) aspiram por “estar na barca de Rá quando chegar o seu dia”.
Segundo a tradição mexicana, a grande Congregação dos Adeptos (ou Reunião Agarthina, no dizer de S. R. de la Ferrière) que coordenou a eclosão do Quinto Mundo, aconteceu em Teotihuakan ou “A Cidade dos Deuses”, no Planalto Central mexicano. Esta sempre enaltecida Cidade sagrada, oriunda quase dos primórdios da antiga civilização mexicana e da qual todos os grandes povos nahuas se pretendem sucessores, era ocupada por um misterioso povo que a ciência não alcança todavia identificar. Uma das razões disto, é que certamente ele também era “um povo tirado de muitos povos”, trazendo em si a marca do universal, legitimando assim a sua proposta de renovação mundial, a partir do Acordo ou do Pacto consensual entre todas as grandes correntes espirituais. Pacto este que estava em favor da geração de um novo contexto cultural planetário, numa grande congregação de Harmonizadores Planetários reunidos, em nome do serviço universal -porque participar de uma elite não deve implicar em atuar com elitismo. Pois esta é a única forma pela qual pode realmente chegar a nascer um Novo Mundo, e ainda fazer o Velho Mundo renascer de suas cinzas.
A Cidade do Sexto Sol já está escolhida, agora no Planalto Central brasileiro, e apenas aguarda a chegada de todos os Novos Adeptos para dar lugar ao Sexto Mundo de evolução racial,-também chamada “a Raça Olímpica” no dizer de Cedaior, aquela no qual “os deuses serão ressuscitados” no dizer da própria tradição nahua.

O universalismo dos novos Harmonizadores

Existe contudo, um fator capital nesta hieraquia de Adeptos, que desde a Aryavartna vem acumulando glórias-sobre-glórias. Inicialmente, eles representam -e quase literalmente falando- o próprio futuro da humanidade ou do planeta Terra, na sua próxima grande evolução cósmica. Assim, a humanidade deve neles se espelhar para evoluir e se auto-transcender, coisa esta capital para que a Terra se torne um lar seguro para todos os seus filhos, e possa cumprir daí o Propósito divino.
Outra coisa muito importante de ser posta é que, por direta afinidade vibratória, estes novos Harmonizadores é que serão os receptivos diretos das glórias do Quinto Senhor -Maitreya, chamado o Quinto (Adi) Buda no Budismo. Ali se refletirá o cinco menor no Cinco Maior, cumprindo-se a oração-profecia “assim na Terra como no Céu”.**

“O Cinco Maior se refletirá no cinco menor”

Um grupo reunido destes Adeptos em torno do Chohan, realizando trabalhos de invocação e atividades de ascensão, poderá tratar de invocar ao aguardado Quinto Senhor. Ou inversamemnte, este poderá suscitar uma hoste de Adeptos mediante inspiração e iluminação na ocasião da Sua Vinda.


* Por outro lado, na divisão iniciática 3x3 de Alinhamentos (Árvore Sefirótica, etc.), o 4o grau integra realmente o segundo grupo ou “Alma”, característico da esfera da Hierarquia.
** Numa classificação budista mandálica do ciclo mundial (um pouco distinta da ótica teosófica), como sugere o esquema dos Dhyani Budas, Maitreya também pode ser considerado como o Quinto Dhtani-Buda, Manu ou Avatar Solar.

Da obra "Harmonização Planetária", LAWS, Capítulo 5, Editorial Agartha.

O Cânon Mundial


Tempos de renovação do mundo, implicam sempre em tratar da mudança dos cânones de evolução, tratando dos novos horizontes das possibilidades humanas. E uma época de globalização, também demanda objetivamente um grande concerto de unificação, razão pela qual doutrinas congregadoras como a Fé Bahai tem surgido nos últimos séculos,
Consta que, na cidade sagrada de Tula, o rei-sacerdote Quetzalcóatl procedeu a uma grande harmonização de calendários.
As culturas atlantes davam muita importância à Astrologia, e cada tribo tinha o seu próprio calendário, relacionada ao seu deus-tutelar e administrado segundo as habilidades dos seus sábios.
Transpondo esta situação aos nossos tempos, toca a cada religião –com seus diferentes calendários de evolução- buscar se harmonizar com as outras, em nome da chegada dos novos tempos, e todas em comum com a nova Revelação mundial, fundada na Mathesis Universalis que estrutura todos os conhecimentos e representa a Unificação da Sabedoria mundial, prevista já no Livro do Apocalipse dentro de uma visão não-sectária do tema. Daí a importância do uso “estrutural” da Astrologia, que para Claude Levi Strauss representava um construtivismo avant la lettre.
É certo que todo o esoterismo é estrutural, porém numa época de mudanças como a nossa, se torna muito importante trabalhar com pleno conhecimento-de-causa, uma vez que os padrões também estão se alterando e ampliando. Este conhecimento aponta a volta da luz para o Extremo Ocidente, que é feminino e matriarcal. Daí o nosso interesse no chamado “neo-xamanismo”, que é a volta da religião do sensível, porém através de um plano pós-racional, e não mais pré-racional como foi na Atlântida. Agora temos o instrumento da razão para podermos viver a espiritualidade com muito mais realismo e efetividade. As duas novas grandes metas raciais são: iluminação (“céu-na-terra”) & almas-gêmeas (“terra-no-céu”).
O Pramantha, Cânone ou Tradição, é uma essência ou estrutura que transpassa as diferentes religiões de um ciclo racial, tidas como manifestações dos sub-ciclos desta verdade central. O Pramantha não se limita a ser uma formosa peça de erudição e ecumenismo, mas é sabedoria revelada, aplicada à evolução do cânone universal, a partir de Mathesis universalis que é a Espinha dorsal do conhecimento da evolução, escavada desde os céus e dos “registros akáshicos” mais profundos, como sínteses memoráveis e proposta de renovação global.
E nem se trata tanto de “sincretismos”, mas de tradições comparadas e de revelar ou propor oitavas ocultas. Existe uma restauração de conceitos, e existe uma adaptação racial, uma ampliação de códigos iniciáticos. Porém, esta renovação atua hoje mais com as tradições áryas mesmo, não com magismo e psiquismo, embora com flexibilidade para o misto, afinal, também estamos voltando a um ciclo psíquico, embora bem diferente do “pré-racional” atlante, porque agora é pós-racional. Aqueles que se detiveram na evolução, têm o seu papel e seu resgate leva tempo.
A ótica não-sectária ou ecumênica, será um dos grandes mecanismos de seleção da nova humanidade. As pessoas que detém esta propensão de síntese, devem se reunir por fim, em local naturalmente a elas destinado.
A Congregação da Síntese aponta para uma nova realização, que vê a evolução das revelações espirituais de forma orgânica e complementar, da mesma forma como entende a unidade das raças, das classes e dos modelos culturais. E entende que este é um dos pilares da verdadeira noção da Civilização.
Esta renovação se destina a forjar a cultura de um novo local na Terra, no foco do Novo Mundo.
Existem novas revelações, que se baseiam nas anteriores, porém sem deixar de resgatar verdades esquecidas. Os mistérios novos representam, assim, em parte uma restauração, e em parte uma renovação.
Um cânone que se preze, não pode deixar de atender a estas quatro ramas: Ciência, Filosofia, Arte e Educação. De início, toca harmonizar Ciência e Filosofia, e uma das formas mais importantes de alcançar isto, é através da “filosofia prática” e da ciência espiritual, nos termos que as yogas ensinam.
O grande objetivo do novo cânon, é harmonizar as energias e sincronizar as revelações, visando a unificação das energias numa época global, fato este especialmente beneficiado pela confluência de ciclos em transição, tal como Nova Era e Nova Raça.
A idéia do cânon mundial não é, na verdade, exatamente nova e nem pretensiosa. Uma análise das tradições antigas, já pode demonstrar haver profundas concordâncias entre elas, e muitíssimo daquilo que não harmonizava se devia mais às próprias deficiências humanas, do que à essência destas verdades. Ademais, as divergências são muitas vezes apenas aparentes, e também envolvem a evolução natural dos tempos.
Esta unidade se deve à natureza do antigo Pramantha, o Cânone antigo de evolução espiritual nas diferentes esferas, tal como a Humanidade e a Hierarquia.
Não é possível pretender negar as coisas, apenas por não se compreendê-las. Mesmo a Ciência trabalha com uma enorme série de “fatos” muito mais conhecidos por seus efeitos, do que pelas suas “causas”. E este é também o caso da Astrologia nos meios esotéricos, que começou a ser perseguida pela Igreja porque representava uma espécie de ciência, numa época em que o conhecimento era temido. Como em toda a ciência, existe o bom e o mau uso, e a astrologia não deve se conflituar nem com a Ciência e nem com a Filosofia ou a Religião, porque tais coisas estão na base daquela doutrina.
Acontece que os sábios detém o conhecimento dos ciclos, e empregam esta ciência para elaborar fórmulas visando canalizar de forma criativa e positiva as energias entrantes.
Assim, a observância dos cânones de evolução tem sido uma realidade desde os tempos mais antigos, seja nas artes, na filosofia, nas ciências ou na educação. Mais do que um controle das formas, o cânone é um programa adequado à evolução.
A restauração dos Mistérios, passa por retirar véus e oferecer dimensões profundas de realização espiritual, transformando o psicologismo e o simbolismo em vias e em técnicas de iniciação.

Análise dos ciclos: estrutura & conjuntura

A Filosofia Perene emprega esta forma estrutural para se preservar através das Idades, estando pois associada a certas energias mais amplas que se mantém através dos milênios, apesar das mudanças dos ciclos menores. Nisto, esta Doutrina Estruturante contém a natureza de “Verdade”, evocando o conhecido preceito brâhmane “Não há religião superior à verdade”. De fato, uma religião se edifica sobre uma energia geral, uma ética coletiva e um sentimento amplo, de fundo mais psicológico, popular e massivo. No geral, se pode associar as religiões às Eras astrológicas (ciclos etnológicos de 2.160 anos) do mundo, daí as religiões estarem de tal modo relacionadas aos grandes símbolos astrológicos vigentes. Já aqueles dharmas-de-raiz subjacentes, estão mais associados a uma ciência espiritual, tendo por base um ciclo antropológico ou racial (de 5.200 mil anos) e seus sub-ciclos, servindo a sua posição no ciclo cósmico maior (26 mil anos) para definir a meta espiritual evolutiva da Humanidade e até da Hierarquia. Contudo, existe daí o cânon máximo relacionado ao ano cósmico, influenciando também os ciclos maiores paleontológicos e humanos, ao nível de espécies portanto.
A tabela que oferecemos a seguir, comporta generalidades mas também importantes efetividades:

CICLO DURAÇÃO ESFERA NATUREZA CENTRO ENERGIA FUNÇÃO
1. Ronda . 26 mil anos . Mundial . Paleontológico . Divindade .... cósmica ... alicerce
2. Raça .... 5.200 anos . Racial .... Antropológico .. Hierarquia ... espiritual .. estrutura
3. Era ...... 2.160 anos .. Social .... Etnológico ....... Humanidade . moral ..... conjuntura

A energia subjacente a tudo isto, que é aquela da ronda, é de base quaternária. Isto quer dizer que vivemos a quarta Ronda mundial, mas também humana, dita humano-humana por ser quaternária ou central dentro das sete rondas cósmicas de evolução dos reinos. Porque se trata, na verdade, de reinos humanos, da evolução paleontológica humana, e das suas subespécies humanas. Dentro de dois mil anos se encerra esta ronda quaternária, e a quinta ronda seguinte será o ciclo do humano-espiritual, tal como a ronda anterior foi a do humano-animal. Para efeitos práticos, no entanto, não se costuma tratar das rondas porque são energias subjacentes aos ciclos humanos históricos, a não ser quando elas se aproximem do seu final, é claro, como acontece agora coma chegada da última Era, antes do Ano novo cósmico, celebrado no “Natal cósmico” da entrada sideral de Capricórnio. Mesmo o ciclo racial de 5 mil anos, representa uma desafio considerável para a humanidade tratar, tão jovem ela é. Já os ciclos das Eras astrológicas pode sem bem acompanhado dentro do período “histórico” da humanidade, Por isto, embora as designações de “conjuntura” e “estrutura” sejam sempre relativas, adota-se o ciclo racial como estruturante.

Da obra "Vivendo os Tempos das Profecias", LAWS

Matesis – a Sabedoria Sinfônica


Fazem milênios que os Amigos do Homem concedem a dádiva do Fogo sagrado à humanidade, para que esta possam conhecer a sua evolução espiritual, mesmo correndo o risco de, através dos séculos, os homens esquecerem a origem sagrada deste Fogo e, afastando-o das suas Fontes, ficarem em mãos apenas com as suas cinzas.
Assim tem sido com a própria Civilização, inspirada e revelada de início, ornada com os mais elevados signos da síntese, mas que nas idades materialistas ser torna tenebrosa, porque os homens se afastam da direta orientação superior, sempre proporcionada através do Governo Oculto do Mundo.
Pois a condição humana não é suficiente para enfrentar a complexidade do mundo, naquilo que se refere à sua dinâmica de evolução. A própria constituição média do homem, vela sombras excessivas que são estacionárias e tendem à divisão, já que a humanidade representa o Quarto Reino da Natureza, intermediário dentre os Sete Reinos da Criação, três inferiores e três superiores. Por esta razão, uma das grandes tarefas das forças superiores, é fomentara justamente a energia da Unidade, junto às sociedades humanas, o que explica a importância do Estado e da Civilização.
Não que a situação de crise não esteja da mesma forma prevista, afinal toda a dádiva humanas têm os seus dias contados: “É preciso que os escândalos venham”, disse Jesus. As crises fazem parte do aprendizado humano, e servem também para Deus poder melhor se revelar –felix culpa, enfim-, mesmo através da expiações humanamente providenciais como sucedeu a Prometeu.
E talvez não exista escândalos maior, do que aquele que coloca a Terra inteira em “quarentena” (e não deixa de ser interessante que esta palavra, que indica um período de reclusão e depuração, remeta ao clássico ciclo bíblico de provações/preparações), através de crises ambientais de grandes proporções, como acontece no final das raças através do carma humano acumulado.
Porém, e seguindo na íntegra o conhecido preceito chinês de que “crise é sinônimo de oportunidade”, a Hierarquia trata de aproveitar as grandes crises civilizatórias para trazer um novo momentum para a humanidade, despertados naquelas ocasiões em que a humanidade é levada a reconhecer que a sua jornada é perdida, sem uma orientação superior contínua e bem definida.
Eis que, nesta Noite do Mundo, o ser humano reconhece que se depara com a sua própria face, que as trevas são parte incontornável da sua natureza, e que não tem chances de se erguer sozinho. Então pede finalmente uma ajuda do Alto, ajuda esta que pode ser-lhe daí oferecida, porque já vem sendo preparada em local adequado desde a Meia-Noite dos tempos.

A Dialética da Transformação

Diante deste contexto que promete a regeneração, um esforço especial é então realizado, no sentido de restaurar os signos perdidos da Sabedoria Eterna. Vários instrumentos são daí colocados em ação, envolvendo gerações inteiras através dos seus melhores expoentes.
Personificam então tais gerações, um verdadeiro processo dialético. A “tese” é dada pelo stablisment em crise e afastado do bom senso, quando a máquina adquire uma espécie de vida própria robótica e desumana, e o materialismo alcança a sua máxima expressão, no ápice da Idade Negra ou das Trevas, Kali Yuga ou a Idade de Ferro. A “antítese” é tida na contestação da juventude, rebelada contra a imposição de normas excessivamente decadentes, materialistas e opressivas, ocorrida através do protesto, da luta armada contra o “sistema” e da experiência da “vida alternativa”. Estas duas primeiras etapas, também correspondem ao fator “análise” de alguns sistemas dialéticos. Em seguida, uma “síntese” é alcançada através da percepção e a experiência da unidade e do complemento das tradições e das manifestações culturais. Muitos sistemas dialéticos terminam aqui, porém a experiência da totalidade prevê uma etapa ulterior, onde a síntese se manifesta na realização plena das verdades, a chamada “matese” ou o conhecimento total, numa atividade solar efetivamente universalista. Tal realidade é então depositada ante o momento-umbral da História, que é a transição racial, data que atualmente corresponde ao 2012 dos maias-nahuas.
Atravessa a história da filosofia, com efeito, a busca de uma mathesis universalis, que para Descartes seria mais exatamente um método científico, talvez um cânone de traçados algo “matemáticos”, ou seja: “uma ciência geral capaz de explicar tudo o que diz respeito à quantidade e à ordem, independentemente dos objetos a estudar”. (Wikipédia)
Em nossos dias, podemos identificar estes preceitos de “quantidade e ordem” na Ciência do Construtivismo, a percepção de que tudo o que existe obedece a ciclos e a estruturas -coisa que a Sabedoria Tradicional sempre o afirmou, e ainda em muitos níveis; pois, a Ciência de Tempo & Espaço é deveras tradicional. Na prática, o discurso do método científico corresponde à Epistemologia, a qual tem fomentado a interdisciplinarilidade.
Em paralelo a estas aproximações, sempre limitadas pelas medidas humanas, existem verdadeiras revelações, apuradas por aqueles que têm o dom de buscar viver a Verdade em plenitude. A Coluna dorsal da cultura humana é o Pramantha, a Tradição de Sabedoria, que vela pelos cânones da evolução racial.
As Ciências dos Adeptos, são uma arte verdadeira de tratar o conhecimento. Ali o saber é colocado de forma estrutural e através do universalismo. A Astrologia, por exemplo, oferece um inventário de energias, que se pretende fixo, multinível e cíclico. Outro tanto se pode dizer de saberes congêneres, como a Cosmologia e a Alquimia interior.
Todo este rico acervo universalista, desenvolvido através dos tempos, é finalmente decodificado e reunido num momento-chave da Historia humana, na mudança das Eras e, especialmente, das Raças, antes que inicie os cataclismos maiores. A tarefa toca à sub-raça setenária, a nação do arco-íris, que no presente ciclo áryo está representado sobretudo pelo Brasil -à parte corresponder também à tarefa cosmicamente encerradora da Era de Aquário, donde o jarro do Aguador, verdadeira cornucópia sapiencial que verte a Sabedoria acumulada das Idades. Daí o Apocalipse reunir tantos “setenários” em suas revelações, pois esta energia encerra as transformações escatológicas. A primeira delas, que é a citação das Sete Igrejas, remete já às Sete sub-raças reunidas nos sete Continentes da Terra ou às sete Revelações maiores da Verdade (dharmas).
Pois se Deus já não cria mas repousa no Sétimo Dia, toca-lhe todavia congregar todo o Manancial emanado nos Dias anteriores, para finalmente dar feição ao seu Paraíso.
Então ele é guardado por sábios inspirados que, juntamente com as sociedades locais, alcançam aos poucos e com persistência a fecundação de uma nova e superior universalidade, enquanto o mundo atravessa a sua transição, uma vez que toda a colheita deve ser realizada antes do Inverno, e o inverno do Mundo também corresponde ao mesmo período astrológico do ano solar, sob os signos de Capricórnio, Aquário e Peixes, lembrando todavia que, após a passagem do Solstício de Capricórnio (relacionado ao Natal ou ao nascimento do Cristo e da espiritualidade, chamado por isto na Tradição de “a Porta dos Deuses”), a Luz já recomeça novamente a crescer -o que também é válido para a mudança das raças-raízes.
E será graças à aplicação prática desta sabedoria manancial, que o ser humano se ergue finalmente sobre os seus próprios pés, com o auxílio dos seus Mentores enviados (e assim seguirá até o final do ciclo humano-humano, que felizmente já se encerra nesta Nova Era, para dar lugar ao humano-espiritual da nova ronda), originando as Idades de Mundo de evolução, já a partir das Idades de Ouro e de Prata, que é quando uma Humanidade depurada se preserva moralmente sã e intelectualmente íntegra, graças ao convívio íntimo com os profetas e os iluminados e suas Ciências reveladas.


Da obra "Vivendo os Tempos das Profecias", LAWS, Ed. Agartha

domingo, 18 de julho de 2010

O Universalismo Solar


O Universalismo é a filosofia que busca valorizar e reunir as diversas partes de um todo. Trata-se essencialmente do processo cultural que subjaz à busca de uma síntese. A Filosofia Universalista é não apenas a tônica de uma época globalizada, como também participa de qualquer processo de síntese cultural e da renovação da Tradição de Sabedoria.
Tal como todo o processo alquímico, este movimento também pode ser dividido em duas etapas, o da busca e o da realização, ou a etapa discente e a etapa docente. Num outro sentido, podemos definir estas duas fases como lunar e solar.
O aspecto lunar desta filosofia, diz respeito àquela etapa na qual se busca reunir os elementos antigos na busca da integração do corpo cultural, agregando-se ainda as tendências da época. Já o seu aspecto solar, refere-se ao processo no qual as diferentes tradições são restauradas e renovadas.
Nas suas fases mais avançadas, o universalismo lunar se associa ao antahkarana, o “caminho interior” de “restauração” e experiência dos mistérios da iniciação. Eis que este caminho de arco-íris, desagüa finalmente no pote-de-ouro da iluminação e da revelação, que é uma estrutura tradicional e canônica de conhecimento –o chamado Pramantha-, capaz de permitir a restauração plena e a renovação dos Mistérios Eternos.
A síntese da cultura mundial, é realizada pela sétima sub-raça de cada raça-raiz mundial, que na atualidade corresponde à América do Sul, com destaque para o Brasil. Este momento é, veramente, com a lenda do encontro do pote-de-ouro ao cabo do arco-íris, que é a “nação do arco-íris”, a raça-de-ouro” das tradições.
E na verdade, este quadro se soma agora a uma perspectiva cósmica, porque a Nova Era também é setenária e encerra um arco mundial de evolução, o Manvantara ou Dia de Brahma.

A Conformação do Arco-Íris da Cultura Solar

Todo o novo centro de civilização emprega as heranças culturais dos povos antigos na edificação de seu saber. Num dado sentido, são como bases e fontes de iluminação a serem usadas que, mesmo imperfeitas ainda, fornecem aqueles elementos necessários às novas buscas, as quais serão completadas com o dinamismo próprio das novas regiões. Neste processo, os resultados dos buscadores de várias tendências também somam-se, especialmente aqueles que atuam de forma superiormente orientada.
Um dos resultados disto é a revivificação das tradições antigas. Os conteúdos simbólicos de seus códigos culturais recebem novas roupagens, de aspecto quiçá mais pragmáticos, e este quadro recebe o nome de Restauração dos Mistérios, através do duplo processo de resgate & renovação.
Abaixo, temos uma representação deste quadro.


Universalismo lunar & Universalismo Solar
Confluência (síntese) & Irradiação (matese)

É por esta razão também que, na emergência de um novo pólo de cultura, muitos dos antigos centros –que afinal, também contribuíram a forja nova síntese- alcançam um elevado grau de revivificação. Suas heranças, uma vez outorgadas em favor de uma nova síntese, são "devolvidas" após serem devidamente purificadas e renovadas. Talvez esta seja uma forma cultural, de avaliar os papéis cósmicos do “buraco negro” e do “buraco branco” no Universo.
Ao lado disto, surgem renovações especiais na forma de novas revelações, muitas vezes diretamente vinculadas às antigas formas, mas que representam evoluções doutrinais e canônicas realizadas a partir das antigas bases. Mencionemos algumas destas realidades.
No Cristianismo, a evolução dá-se através do Evangelho da Natureza, trazendo a nova etapa do ciclo ocidental de revelações.
No Budismo, temos o novo Dharma de Maitreya, que representa um complemento ao dharma anterior de Gautama, coroando-o através de uma doutrina positiva de síntese.
No Hinduísmo, encontramos a evolução da filosofia yoga e a restauração ou a adaptação dos códigos brahmânicos, dos vimanas, da medicina védica, etc.
Na esfera do Islamismo, devemos evocar num primeiro momento o Sufismo através da Escola do Quarto Caminho organizada por Gurdjieff que conflui com a essência da Tradição Tetralucis.
O Judaísmo é beneficiado através da reutilização de seus símbolos e tradições, assim como na revitalização de Escolas Esotéricas como a da Cabala e a da Mercabah.
Na Maçonaria, temos a proposta da grande reforma interna da Ordem, tendo em vista a edificação da Iniciação Real, como forma de gerar aqueles líderes que a nova sociedade mundial necessita.
No Celtismo, renova-se o ideário do Estado solar presente nos mitos do ciclo do Santo Graal.
No Toltequismo, as antigas tradições pré-colombianas também recebem novas pers-pectivas e continuidade.
No Egipcismo e na cultura pós-atlante em geral, as tradições ctônicas e também os mistérios que envolvem pirâmides são completados na Tradição Tetralucis e coroados na Tradição da Cúpula de Cristal.
E assim por diante, tudo enfim renovado sob a luz dos novos cânones, posto que toda a renovação demanda uma cota significativa de restauração. Pois naturalmente, isto ainda não é tudo, mas somente um dos aspectos desta grande restauração-renovação, edificada sobre o novo Pramantha ou cânone-de-evolução. A manifestação da Matese ou “conhecimento total”, representa a combinação “perfeita” entre Ciência, Filosofia, Arte e Educação como base da cultura, assim como a decodificação ideal dos Quatro Saberes sagrados da Agartha como meio, que são a Iniciação, a Ascensão, a Astrosofia e a Geosofia.
De resto, todas estas tradições têm hoje as suas profecias cumpridas, com a chegada do Mensageiro Único para o mundo, e para o qual cada uma tem um nome: Maitreya, Messias, Soshioh, Kalki, Cristo, Iman Mahdi, Jesus... É unicamente esta manifestação, que pode dar origem ao universalismo solar, que representa a evolução real das culturas do mundo.

Da obra "As Promessas do Arco-Íris", Luís A. W. Salvi

A luz do Pramantha


Ao lado: símbolo jainista: um “pentaktys”.

O Pramantha –esta palavra tão forte da cultura védica-, significa, esotericamente, “cânone” e “tradição”. Originalmente, a expressão indica algo tão singelo quanto primordial. Trata-se dos instrumentos para fazer o fogo, a varinha vertical que se manipula com as mãos e a varinha horizontal que é manipulada, e que tantos povos primitivos empregaram para, através da fricção, produzir o fogo vital.


Assim, desde o início, o Pramantha surge como uma fonte de luz, calor e chama –a tríade do Fogo que resume tanta coisa, a partir da gênese das cosmologias. De fato, o instrumento é usado ritualmente na tradição indiana. Citemos:
“Pramantha (Sânscrito).- Um acessório para produzir o fogo sagrado mediante a fricção. Os paus utilizados pelos brahmines para acender fogo por meio da fricção.” (Glossário Teosófico, Helena P. Blavatsky)
A rigor, o Pramantha seria apenas a parte superior do instrumento, e a parte inferior e chamada Arani. É como demonstra a mesma fonte:
“Aranî (Sânscrito).- O ‘Arani feminino’ é um nome de Aditi védico (esotericamente, ‘a matriz do mundo’). O Aranî é uma swastika, disco de madeira com um oco central, no qual os brahmines produzem fogo por meio da fricção com o pramantha, um pau, símbolo do macho gerador. É uma cerimônia mística de vastíssima significação oculta e muito sagrada, que o grosseiro materialismo de nosso século tem corrompido dando-lhe significado fálico.”
É muito interessante, pois, a forma do Arani que enriquece deveras a simbologia pramântica, e que adiante comentaremos. Talvez possamos analisar o etimologicamente, sempre da mesma fonte, a ver:
“Pramâ (Sânscrito).- Percepção sensível, conhecimento, consciência.”
“Anta (Sânscrito).- Fim, extremo, limite, morte.”
“Antah (ou Antar) (Sânscrito).- Interior, interno.
Assim, Pramantharani seria o “conhecimento interior”, ou mesmo a consciência dos limites, isto é, dos ciclos (humanos, espirituais, etc.). Na prática, significa conhecer os cânones da evolução, os ciclos e os calendários evolutivos. O Pramantha é fruto da consciência das formas (ou “caminhos”), e é também a forma de fomentar a evolução da consciência, através do cultivo das energias dentro das ciências de espaço-tempo.

Uma análise do símbolo

O Pramantha é, então, o cânone de evolução vigente, o roteiro intelectual do Antahkarana, que é o trabalho interior prático (ver adiante), ou o programa que serve base para a codificação dos ritos; enfim, a Matesis (“conhecimento total”) que fundamenta um dado Plano de evolução. Existe, inclusive, uma palavra bastante parecida para “regras” ou “normas”, pramâna (algo como “pró-mente”), e similar ao já citado pramâ:
“Pramâna (Sânscrito).- Medida, limite; pauta, regra; regra de ação; modelo, exemplo; autoridade; prova, testemunho, evidência, certeza; instrumento ou meio de conhecimento.” (op. cit.)
Destacam-se como doutrinas pramânticas, todas aquelas onde as “métricas” evolutivas são oferecidas, como a Arca de Noé, a Merkabah, o Varnashramadharma, as profecias das Tendas de Alianças, dos Templos e das Cidades celestiais (como são os Livros dos Números, de Ezequiel e do Apocalipse), os ritos iniciáticos e congêneres; etc.
Como aludem as citações, à primeira vista o tema poderia parecer um símbolo tântrico-sexual, porém o seu significado amplo é deveras profundo, abrangendo o princípio da Polaridade de modo geral. No Oriente, tal princípio é comumente representada através de alusões sexuais. No Shivaísmo, temos o recorrente símbolo do Shiva lingam, e que na verdade é o cultuado lingam-yoni ou falo-vulva, algo que sempre choca os ocidentais ortodoxos quando mantém contato com estas formas de cultos tão comuns na Ásia, geralmente dentro de grutas ou cavernas (reforçando o culto ctônico do “coração”) e, não raro, alvo de adoração popular e foco de peregrinações grupais. No tantrismo hindu, a dualidade representa a conjuminação da força (Shakty) com a ascese (Shiva). No Budismo, esta dualidade se apresenta através da parelha tântrica enlaçada yab-yum, que significa a união vital do método e da sabedoria, ou da técnica e da consciência, para efeitos de alcançar uma espiritualidade sólida e evolutiva. E esta dualidade também é deveras pramântica, ou canônica.
No entanto, não seria difícil demonstrar o universalismo do símbolo hindu, semelhante à Barca solar das culturas solares como egípcios e incas, assim como a própria tau e a cruz latina quando invertidas (valendo notar que a colocação do aspecto positivo na parte superior, sinalizaria ascensão, sublimação, domínio, controle e espiritualidade), abaixo representados:

Shiva lingam, Barca solar, Tau e Cruz latina

Ora, o fato do lingam ser consagrado a Shiva, o deus da ioga ou da espiritualidade, e a Barca ser consagrada ao Sol, já demonstra estarmos no terreno da síntese, da espiritualidade e do universal. Assim, visto esotericamente, o Pramantha representa a forma “dualista” de alcançar o fogo espiritual, pela combinação de princípios polares ou opostos.
No “Glossário Teosófico”, encontramos uma visão “mística” do tema: “Misticamente, o Pramantha representa a vontade do homem, girando e incessantemente ativo na e sobre a parte passiva da constituição humana, despertando o último em atividade correspondente, provocando ali o fogo a animar a chama da vida.”

Definição dos Cânones evolutivos

É evidente que, nestes termos, o assunto até possa representar várias coisas. No entanto, uma daquelas que mais visa expressar, diz respeito à espiritualidade em geral, dentro do contexto planetário. Assim, o Pramantha ensina a forma correta de proceder na espiritualidade, sempre dentro de saudáveis combinações de opostos, cuja natureza até pode variar, como demonstram as distintas formas de praticar o tantrismo, especialmente pela “via seca” (mental, subjetiva) e pela “via úmida” (física, objetiva), coisa esta que divide as Escolas principais do budismo tibetano, assim como de certa forma também outras religiões.
As ditas “religiões atlantes”, em especial, dão esta ênfase no dualismo, como se observou na China do no mundo maia-nahua, valendo lembrar que este foi fecundado pelo anterior. Embora os egípcios e os incas, já citados, e igualmente em mútua conexão histórica, também se enquadrassem nestes padrões.
No novo dharma de Maitreya, temos os “Espelhos de Sabedoria” (Mayatri), cujas sínteses representam iniciações. Os “Espelhos” são: superior-inferior, masculino-feminino, passado-futuro e interior-exterior. Estão relacionados às Quatro Ciências da Agartha, a saber: Iniciação, Ascensão, Astrosofia e Geosofia. Tais triangulações iniciáticas são semelhantes às dos Quatro Elementos e às das tríades da Árvore Sefirotal, uma para cada raça-raiz; além de constituir chaves do Antahkanara (ver adiante).
De fato, todas estas questões compõem o staff prático do Pramantha. Nos seguintes termos principais:

1. Iniciação ................ Humanidade (Raças-raízes)
2. Ascensão ............... Hierarquia (Ashrams solares)

Trata-se, pois, de dos reinos intimamente acoplados na evolução da Terra, atendendo o último também pelos nomes de Loja Branca e Governo Oculto do Mundo, destacando-se dentro da sua constituição a Unificação Vicária e o Apostolado Universal, dos Katubs ou os Pólos espirituais, “Papas” e Pontifex, assim como os rishis, os nabis, os videntes, os profetas, os druidas, ao naguais, os karais, etc.
Ato seguinte, cabe notar os métodos pelos quais se alcançam estas evoluções, métodos estes que estão basicamente determinados em termos dimensionais. Tal coisa determina ritmo e localidade, de modo que as evoluções humana e hierárquica, estão expressamente condicionadas à evolução do espaço-tempo planetário, vindo a configurar a correlação “vital” entre raça-raiz e ashram espiritual. Ou seja: uma Humanidade-em-evolução graças à assistência da Hierarquia, e uma Hierarquia-em-evolução graças ao serviço à Humanidade. E neste caso, a Astrosofia codifica os períodos ou os ciclos, e a Geosofia codifica os locais e os ambientes da evolução.
Deste modo, o Pramantha determina que a evolução “positiva” (espiritual) das Lojas, se reúna à evolução “negativa” (material) das Raças, sob condições sine qua non. Dharma pramantha significa efetuar o cânone evolutivo, e o dever de atuar dentro do cânone para alcançar o dharma e a evolução. Isto por si só seria suficiente para colocar por terra muitas ilusões acerca do separatismo das esferas de evolução. Quando uma sociedade pretende evoluir sem as orientações da Loja, ela na verdade involui e regressa à sua condição primitiva pré-histórica, quando os seres humanos não conseguiam conviver e nem evoluir, terminando em guerras e aniquilação. E quando uma ordem espiritual pretende evoluir sem servir as sociedades, ela se reduz a uma congregação desunida de xamãs ou se torna uma forja de magos negros, empregando todos eles métodos satânicos e cármicos.
Neste quadro, toca também determinar a métrica e a geografia da evolução, porque não se trata de “qualquer” espiritualidade em qualquer tempo e local, mas de coisa específica, organizada e planejada. O chamado “Itinerário de IO” está na base geográfica desta evolução, e vale notar que as letras “I” e “O”, integram em si as polaridades originais do Pramantha. Este roteiro se dá primariamente no sentido Leste-Oeste, e secundariamente na direção Norte-Sul, de acordo com os próprios movimentos da Terra. Naturalmente, tal coisa também vale no plano esotérico para efeitos de iniciação/iluminação -através do Antahkarana ou “o caminho interior”, que se percorre “para cima, para o centro, para frente e para dentro”, visando o equilíbrio das posições antigas-, tal como demonstramos na obra “O Brasil e a Nova Era”.
O tipo de fogo que se pretende gerar, é a energia da quintessência –donde a forma do arani de disco com suástica-, pois esta energia e etapa evolutiva está relacionada às sínteses e às transformações. Podemos dizer, pois, que a Hierarquia realiza ações especiais de transformação, naquelas etapas de quintessência, as quais tem mais a ver com a sua própria natureza (ver mais na nossa obra “A Espiral do Tempo”). Porém, não devemos ignorar que a quintessência era também a própria energia da Loja árya, de modo que este padrão está diretamente envolvido no Pramantha áryo, o qual buscou realizar divisões de cinco etapas nos seus ciclos evolutivos, para efeitos de evolução hierárquica. Neste caso, a nova Loja o fará, por sua vez, com seis divisões gerais. A humanidade evoluirá, por sua vez, para um padrão iniciático quaternário. Tudo isto configura já o próprio Cubo da evolução humana final, assim como as medidas gerais da evolução humana que alcança agora a sua etapa final, simbolizado pelas medidas da Jerusalém celeste do Apocalipse.
Todo este movimento, obedece então ritmos e ciclos, definidos como Idades e Eras (latitudinal), e depois Raças e Rondas (longitudinal). E para que as Lojas possam auxiliar as Raças como cabe, a relação entre o Centro da Hierarquia e o Centro da Humanidade contém uma lacuna de dois degraus raciais ou uma Ronda. É isto que explica as chamadas “primeiras duas raças ocultas” da Teosofia, pois um mestre deve deter dois graus a mais, para poder efetivamente instruir um discípulo, com todo o distanciamento necessário, além dos importantes fatores de analogias (polaridades de ritmos par ou ímpar) envolvidos, etc. Assim, podemos dizer que os Mestres são forças mais antigas, que evoluíram no passado de uma forma individualizada, para a humanidade poder evoluir no futuro na sua forma coletiva.
A coadunação deste conjunto de idéias, pela organização da evolução racial e da evolução ashrâmica unificadas, dentro dos seus devidos tempo-e-espaço também em evolução, é que determina o cânone-Pramantha, raiz e essência de todo o conhecimento evolutivo do planeta.

O primum mobile

Algumas escolas esotéricas como a Eubiose, associam o “Novo Pramantha” ao “conjunto das energias entrantes”, como Nova Era, Nova Raça, etc. Mesmo dentro desta questão, tocaria prescrever os seus dharmas ou Leis espirituais específicas. No entanto, tal coisa ainda serve apenas como enunciado geral –podendo aludir somente às energias da divindade-, tocando incluir nisto a natureza da evolução que estes ciclos determinam para cada Centro planetário.
Não obstante, esta é uma dimensão que tampouco fica fora dada dinâmica do Pramantha. Assim, para que o quadro fique realmente completo, cabe ver que, tal como a roda depende do seu eixo para andar, este depende por sua vez de uma força original de tração, o primum mobile ou o primeiro movedor.
Pramantha é Tradição que se esteia sobre uma Hierarquia que alcança os céus, para assegurar a qualidade e a dinâmica da evolução. Quem realmente ama a Deus segue os seus Escolhidos, os enviados para fazer conhecer a sua Palavra, que é vida, via, verdade e vitória.
Toca reunir então, os três aspectos funcionais do Pramantha, junto aos Centros a eles associados –afinal, não são os “ciclos” que realmente importam, mas sim as diferentes esferas de entidades que evoluem dentro deles:*

1. As mãos que movem o Pramantha, a essência espiritual ativa: a Divindade.
2. O Pramantha em si, intermediário anímico entre céu e terra: a Hierarquia.
3. O Arani, aspecto passivo e subjetivo, o plano mais material: a Humanidade.

Pois a eficácia do Pramantharani de fogo, também depende das mãos que o fazem girar, as quais correspondem neste caso, às manifestações divinas cíclicas, destinadas a recolocar inicialmente “a roda do Dharma em movimento”: os Chakravartins, os Manus, os avatares, os Budas, os Cristos, etc.
Estas são as divinas forças motrizes, que atuam no resgate e na restauração, assim como na renovação, dos preceitos sagrados das Idades, surgindo no começo dos ciclos das Eras, das Raças e das Rondas, sendo em número de 22 encarnações (ou mesmo 25 ou 26, segundo a forma de registro) no total, dentro de cada kalpa ou Ano cósmico.
O avatar realiza e a essência do “Pramantha a luzir” nos horizontes raciais, encarna os arquétipos da evolução, personifica ídolo, ideal e idéia, sintetiza Humanidade, Hierarquia e Divindade, emergindo no tempo e no local pré-determinado pela evolução, percorrendo roteiros iniciáticos arquetípicos que fazem dele um microcosmo perfeito.
Podemos realmente dizer, que a divindade é que assenta na prática as bases dimensionais de espaço-tempo. Assim, a divindade é a verdadeira codificadora e a reveladora do Pramantha, pois é ela que coloca realmente os mundos em relação, acionando todas as engrenagens da evolução mundial, representando assim o verdadeiro “cavalo do Pramantha”, o porta-voz do Cânone universal.
O novo “Pramantha a luzir”, pode ser demonstrado simbolicamente então através de uma “hexaptys”, a evolução da éxade, ou de símbolos análogos como o de abaixo.

O Grande Pramantha

Temos daí mencionadas seis formas (embora as duas superiores estejam mais associadas a polaridades), e em destaque o Cubo que reúne e expressa o Cânone central do novo Pramantharani histórico, de base 4:6 (evolução humana e hierárquica integradas). No caso, a Mão divina motriz, está relacionada ao Quadrado circundante, pois se trata de uma ação de Logos quaternário. Na verdade, uma vez que este novo ciclo encerra a evolução humana, se trata este de um padrão de consumação, que merece ser chamado também de “O Grande Pramantha”.
Daí a importância do numeral 21, que é o “valor secreto” de seis, na estruturação dos Alfabetos cabalísticos e dos sistemas solares de evolução. Vale notar também, que este valor reúne a fórmula 3-6-12, à qual “todas as coisas se reduzem” segundo Pitágoras, estando associada aos Alinhamentos de consciência, ou seja: Personalidade, Alma e Espírito. E a partir disto, representa um sem-número de esquemas evolutivos, sendo inclusive a fórmula agarthina que expressa Shambala, Agartha e Vaikuntha.



* Esta trilogia de Centros planetários de consciência, foi devidamente decodificada no trabalho de Alice A. Bailey, sobretudo em termos mais gerais, tocando a nós levar a cabo a análise completa das Lojas raciais, seus ciclos, gerais e assim por diante. Nas suas próprias palavras, a pitonisa que revelou o Plano da Hierarquia de preparação da Humanidade para a Nova Era, também anunciou a codificação final do Pramantha, face a “restauração dos Mistérios” e da “manifestação da Hierarquia”, a começar pela chegada do próprio Cristo.

Da obra "Vivendo os Tempos das Profecias", LAWS, Ed. Agartha

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O Tempo da Colheita


Sabeis discernir a face do céu, e não conheceis os sinais dos tempos?” (Mateus 16, 1-3)

O lavrador experiente conhece as leis da sua lida, quando diz: “Não se pode pretender colher nas chuvas e nem semear na seca.”

Por isto, Aqueles que Sabem, afirmam: o tempo da procura acabou! O mundo já precisa conhecer hoje todas as suas grandes Respostas.
Não há mais tempo para recomeçar alguma coisa, nem para pretender pisar nas pegadas dos antepassados, mesmo da geração anterior.

Quando soa a Meia Noite dos Tempos, três gerações são chamadas para realizar a Transição.*

A primeira geração é chamada para conhecer o Caminho e preparar a terra, quando o mundo deve despertar para a hora e se perguntar pelas respostas. Esta é a Geração-semente.

A geração seguinte é chamada para trilhar o Caminho e fazer a semeadura, quando o mundo deve buscar em toda parte pelas soluções necessárias. Esta é a Geração-raiz.

E a última geração é chamada para realizar a colheita dos frutos do Caminho, quando o mundo deve indagar pelas respostas àqueles que por fim as encontraram. Esta é a Geração-seara.

Todas estas gerações têm uma importância igual, porque se alguma delas não fizer a sua parte, então o elo da Esperança se rompe irremediavelmente, e todo o esforço realizado terá sido em vão.
Por isto disse um grande sábio da História, o rei Salomão: “Há um tempo para tudo sob o céu.” (Provérbios)

Tal coisa diz respeito ao Plano da Hierarquia, uma grande realidade histórica decodificada e vivida pelos melhores mensageiros do sagrado ao longo do último século e meio de evolução espiritual da Terra. O Chamado “Plano da Hierarquia” revelado por Alice A. Bailey, representa um esforço especial da Loja Branca no sentido de “preparar a humanidade para a Nova Era”. Vejamos a natureza das suas três etapas.

1. Semeadura. É coisa notória que o materialismo foi seriamente golpeado no século XIX através das iniciativas dos sábios europeus, quando importantes sínteses espirituais foram apuradas. Porém, este materialismo também reafirmou poderosamente as suas posições através da Bomba Atômica e de todas as outras ameaças mundiais que passou a representar no século XX, culminando nas Guerras Mundiais e na expansão do imperialismo-do-mal. Tal coisa anunciava a chegada da Geração-Semente, tendo como pivô o trabalho da Sociedade Teosófica, de Helena P. Blavatsky.

2. Raiz. E é da mesma forma coisa notória, que o ciclo das grandes canalizações se encerrou com Alice A. Bailey e Helena Roerich, quem com Helena P. Blavatsky manifestaram a “Era das Pitonisas”, quando as Taras, as “Estrelas de Luz” no Budismo Tibetano, preparam o terreno para uma grande revelação na transição dos tempos. Este momento aconteceu durante a “Guerra Fria”, que foi a tentativa do descarte total das forças sociais “não-alinhadas” remanescentes. Tal coisa anunciava a chegada da Geração-Raiz, tendo como pivô o trabalho da Escola Arcana, de Alice A. Bailey.

3. Colheita. Como também é coisa notória que as pessoas já não têm aquele perfil do buscador, a determinação de largar tudo para buscar uma experiência interior, e não sentem tanto esta urgência ou o chamado interno e nem as suas buscas isoladas dão os frutos de antanho. Isto não chega a ser uma lástima, representando o perfil de uma nova geração, que deve buscar as coisas de outra maneira, sem a necessidade de tanto despojamento, porque isto já foi realizado e cada geração deve assumir a sua própria tarefa, edificando sobre a base assentadas pelas gerações anteriores. Tal coisa anuncia a atual da Geração-Colheita, tendo como pivô o trabalho da Escola Agartha.

Chegado este momento, eis que se anuncia a fartura e a abundância, quando o jarro Kalasha de Maitreya, que é o mesmo jarro vertente do Aguador (“Aquário”) contendo o “Conhecimento Total” (Matese), é vertido em favor de todos. É a restauração do Pramantha, da Tradição Eterna, no reerguimento do Pilar do Mundo, sob a manifestação da Agartha sagrada, a Cidade celeste das profecias.

Este Conhecimento Perfeito deve ser guardado então numa Arca Solar, que já não representa nem uma Escola Iniciática fechada, e nem uma Religião sectária, mas sim a combinação depurada de ambas as coisas na Unidade Tradicional: Iniciação & Religião, Ordem & Missão, povo & elite. Dentro desta Arca Universal, estarão as sementes agarthinas da renovação do mundo, crescendo e se fortalecendo, enquanto o mundo convalesce em volta, buscando os seus novos rumos, até que haja uma demanda sólida por soluções, e uma nova Aliança possa ser travada entre Deus e a Humanidade. Então será chegado o fim da jornada e despontará o Dia da Arca, e a Arcádia se revelará.

A “Meia Noite dos Tempos”

A expressão “Meia Noite dos Tempos”, citada no início, tem sido usada por nós num sentido amplo, de reunir os três ponteiros do relógio cósmico, que são Era, Raça & Ronda, relacionados simbolicamente a segundo, minuto e hora na evolução mundial.

Aqui, no entanto, o tema está recontextualizado a partir da adoção do calendário social (ver adiante), de modo que o termo se refere especialmente ao começo da Nova Era, associado não apenas simbolicamente à virada do Milênio, ou ao Ano 2000.

O fato dos maias usarem ciclos de 2000 anos para as Eras zodiacais, não deve ser minimizado. É verdade que toda a sua cultura estava estratificada sobre a Base-20 (Katun, ciclo de 20 anos), servindo de unidade-fractal para todas as suas operações cronológicas.

Porém, também é verdade que o Decimal (ou a “proporção 10%”) representa o fractal par excelence na manipulação das energias do tempo, o grande transpositor dos ciclos. Assim, o fractal-decimal dos 2 mil é o valor 200.

Ademais, este período de 200 anos é considerado a transição das Eras solares (ciclo de 5.200 anos) dentro da Kalachakra (“Roda do Tempo”) dos Brahma-Kumaris, quem o chama então de “Idade do Diamante”, Vajra Yuga, porque representa o “epagomenal” da Era solar, aquilo que “sobra” do seu registro “redondo” ou circular, no caso, o ciclo de 5 mil anos (embora a fórmula 7x700 = 4.900 anos, também “pese” aqui).

Ora, o “Plano da Hierarquia” se enquadra justamente dentro deste fractal-epagomenal de 200 anos de transição múltipla.

Cabe ainda destacar, todavia, que o ciclo de 200 anos corresponde à formação de uma classe social (semente das “Idades Metálicas” do Mundo), dentro do calendário Cronocrator. A classe social do Novo Mundo que melhor corresponde a este fractal, é a sua aristocracia espiritual, caracterizada pelo nacionalismo político, todavia vigente até o final deste século XXI. Tal classes já representa, rigorosamente, uma etapa social para além do materialismo, mais associado como está às classes do Proletariado e da Burguesia. Isto significa que vivemos uma base social não-materialista no Novo Mundo, muito embora seja necessário enfrentar muitas vezes as forças opressivas do “dragão do imperialismo”, sendo talvez este mesmo um dos ambientes destinados à forja dos heróis que colocarão os cimentos das Idades de Ouro futuras.

Por isto, este momento tem sido beneficiado também pelas forças de Shambala que, como anunciam as profecias, lutam ao lado da Humanidade pela sua libertação e evolução, no rumo da sua ascensão e no despontar de um novo Dia para a Terra. Tal coisa também aconteceu há 5 mil anos atrás, com Krishna, porque define um dos ciclos das manifestações divinas.

Com isto, existe uma completa transposição do conceito da “Meia Noite dos Tempos” para o aqui-e-agora, nos termos dados de 200 anos, centralizados na virada do Milênio, caracterizada, portanto, como:

1. Ciclo social ........................... o “Segundo”
2. Ciclo zodiacal (transição) ....... o “Minuto”
3. Ciclo racial (transição) ........... a “Hora”

* O texto alude, na realidade, ao período de três gerações, e não às gerações “inteiras”. Em toda geração, são somente alguns poucos os realmente “despertos”. Aqueles todos tque não chegaram a ser o fulcro dos movimentos, ainda podem dar a sua positiva colaboração, exaltando os feitos da sua geração e os frutos alcançados, e até participando dos esforços das outras gerações, a fim de alcançar e difundir maiores benefícios.


Da obra “Vivendo o Tempo das Profecias”, LAWS. Ed. Agartha, AP